domingo, 16 de fevereiro de 2020

BATE BOLA COM OSVALDO FABENI


NOME COMPLETO: Oswaldo Fabeni de Oliveira
APELIDO: Oswaldox
LOCAL E DATA DE NASCIMENTO: Laguna (SC), 18 de abril de 1961.

ONDE, QUANDO E COMO FOI O SEU INÍCIO NO FUTEBOL DE MESA? PRIMEIROS AMIGOS, PRIMEIROS TIMES, PRIMEIROS JOGOS, FALE DELES.
Iniciei jogando botão aos 6 anos de idade, após ganhar de um tio os times do Flamengo e Botafogo onde, desde então, comecei a praticar. Meu primo mais velho tinha em casa um campo e vários times, onde jogava sozinho, narrando seus jogos igual aos locutores de rádio da época e imitando a torcida a cada jogada. Eu vibrava e queria jogar com ele, mas era muito ciumento e só deixava eu assistir. Meu sonho era jogar com ele.
Um amigo do meu pai, relojoeiro, guardava para mim as lentes de relógio para eu fazer meus times, com as figurinhas que eu recortava do Placar, outras revistas e dos álbuns de figurinhas.

Desde criança iniciei promovendo torneios na minha casa vizinhança, onde reunia muitas crianças de diversos bairros e da minha escola.
Normalmente jogo com times do Flamengo ou do Marcílio Dias (time da minha cidade e que hoje defendo nas competições oficiais)
Meu primeiro grande adversário era o José Carlos Garcia, aqui de Itajaí-SC, que hoje não consigo fazê-lo jogar e na sequência o Ivo Castro Junior (Ivinho), que hoje é tetracampeão estadual 12 toques. Sempre o meu grande adversário na modalidade 12 toques e o André Amorim (pentacampeão estadual, na modalidade dadinho).


QUAL A MAIOR SATISFAÇÃO QUE O FUTEBOL DE MESA JÁ LHE PROPORCIONOU?
Conhecer Adauto Celso Sambaquy, quando estava voltando a jogar botão e iniciando no “esporte” Futebol de Mesa, sua história junto ao nosso esporte, seu exemplo, seu incentivo e suas conquistas, foi determinante na minha decisão de me dedicar ao esporte e me tornar um dos responsáveis pelo ressurgimento do mesmo na nossa região.
Ser reconhecido nacionalmente pelo esforço empregado na divulgação, incentivo e manutenção do nosso esporte.

QUAL FOI SEU PRIMEIRO GRANDE RIVAL, AQUELE ADVERSÁRIO A SER BATIDO, CAPAZ DE TRANSFORMAR UM SIMPLES AMISTOSO EM UMA DECISÃO DE CAMPEONATO?
Não me recordo de haver algum botonista em específico nesse caso, mas sempre me traz um combustível extra enfrentar aqueles que se utilizam de artifícios anti-esportivos ou pouco recomendáveis para ganhar suas partidas. Isso me motiva a querer vencê-los.

DE FORMA REGULAR, ATUALMENTE VOCÊ ESTÁ JOGANDO EM QUAL REGRA? JÁ JOGOU EM OUTRAS?
12 toques e dadinho.
Hoje me dedico mais a regra dadinho por dois motivos: 1- considero a regra bem mais dinâmica e competitiva, além de aproximar mais da realidade do futebol, principalmente por contemplar rebotes e a possibilidade de montagem de defesa. Sempre fui fã de jogar com a bolinha, porém as mudanças de regra 12 toques implementadas com o passar dos anos, somado à minha dificuldade de manter constância nos treinamentos (por questões profissionais), vem contribuindo com a perda da capacidade de competição nessa regra, sendo que no dadinho, consigo ser competitivo, mesmo assim. 2- por ser deficiente físico, com dificuldade de locomoção e a luta contra as dores, se necessário um esforço físico extraordinário para me manter em pé durante as competições, faz com eu diminua a precisão do toque, coisa que não influencia na mesma intensidade no dadinho.

Vale ressaltar que me sinto honrado com o tratamento que venho recebendo, em todas as cidades que vou para participar de competições e amistosos.
Também gosto de jogar com vidrilha (lentinha), onde participo de alguns torneios não oficiais e muito divertidos.
Também acompanho, via redes sociais, vários grupos de amigos praticantes de jogo de botão, nas mais variadas regras.

QUANTO TEMPO DE SUA SEMANA VOCÊ DEDICA À PRÁTICA DO FUTEBOL DE MESA? TEM APOIO DA FAMÍLIA?
Esse ano voltei a dedicar dois dias por semana.

QUAIS OS PRÓS E OS CONTRAS DA REGRA EM QUE VOCÊ JOGA? CASO TIVESSE A OPORTUNIDADE DE TER VOZ ATIVA EM UMA HIPOTÉTICA “COMISSÃO DE REGRAS” O QUE SUGERIRIA PARA MELHORÁ-LA?
Minha sugestão para a regra 12 toques, é que se adote as regras e traves do dadinho. Com isso teríamos jogos mais emocionantes e decididos no detalhe. A atual regra distanciou-se muito do futebol de campo.

SE FOSSE POSSÍVEL ENTRAR NO TÚNEL DO TEMPO, COM QUEM VOCÊ GOSTARIA DE TER DISPUTADO UMA PARTIDA QUE NÃO FOI POSSÍVEL?
Com o principal deles, Geraldo Décourt. Seria uma honra para mim. Já desafiei o Oscar Schmidt e o José Trajano. Queria usar esses confrontos para divulgação do nosso esporte na Região Sul, na época.

TENDO ACERTADO SOZINHO OS NÚMEROS DA MEGA-SENA ACUMULADA, O QUE FARIA EM PROL DO FUTEBOL DE MESA?
Investiria num grupo de trabalho, composto por professores regionais e gestores, visando um grande plano de ação, no sentido de inserir, de forma oficial, o Futebol de Mesa nas escolas e em competições escolares municipais, estaduais e nacionais. Forneceria gratuitamente mesas, times, troféus e tudo que fosse necessário à proporcionar aos alunos a prática do Futebol de Mesa, conforme fiz em uma escola de Itajaí, enquanto estive trabalhando nela, com razoável sucesso (gerando um campeão Sul Brasileiro Sub 18).

POR OUTRO LADO, VOCÊ NÃO FOI ESSE FELIZARDO. MESMO ASSIM, O QUE JÁ FEZ OU PODE FAZER EM PROL DO FUTEBOL DE MESA?
Complementando o descrito na questão anterior, cheguei a conseguir apoio da Prefeitura de Itajaí e da Fundação Municipal de Esportes, van e demais materiais para participação na competição que foi disputada em Curitiba (Clube D. Bosco) e em Itajaí, na Sede do Marcílio Dias Futebol de Mesa.
Em 2006 fiz uma mesa, na nossa casa de praia, convidei meus sobrinhos e primos e realizei o primeiro torneio que, com o passar do tempo, culminou com o primeiro time de Futebol de Mesa (2007) da nossa região (Atlântico Sul Futebol de Mesa), com uma sede com 18 mesas e mais de 40 frequentadores, constituídos por jovens,velhos, meninos, meninas, senhores e senhoras, até famílias inteiras. Em fim, foram muitas doações, como, premiações, mesas, materiais, times, camisas e todo tipo de estrutura necessária à pratica do nosso esporte.
Hoje, além de viajar para participar de abertos em diversas regiões, no sentido de fomentar o futebol de mesa naquelas regiões, ainda distribuo times, patrocino copas e etc.

QUAL AQUELE CAMPEONATO QUE PASSOU E VOCÊ NÃO TEVE OPORTUNIDADE DE FAZER INSCRIÇÃO?
A Copa do Brasil 12 toques, em Caruaru, que não pude ir por estar doente, onde vários amigos daquela região me ligaram me convidando, foi uma das que mais me marcou, além da impossibilidade da não participação no Brasileiro de Juiz de Fora de dadinho, também.

TODOS NÓS TEMOS GRANDES PARTIDAS REALIZADAS, ALGUMAS INESQUECÍVEIS. CITE UMA OU MAIS DE UMA PARTIDA INESQUECÍVEL.
Para mim, todas partidas são especiais, mas tenho comigo algumas que são inesquecíveis:
Catarinense de equipes de dadinho, onde estávamos jogando sem reservas e eu perdia de 3 x 0 no primeiro tempo, contra o Bagrichewsky, do Avai. Consegui uma arrancada excepcional no segundo tempo e empatei em 3 x 3, justamente na última rodada e nos sagramos Campeões da modalidade em 2017.
No 1º Sul Brasileiro de dadinho, em 2010, realizado em Joinville, o Nicolazzi faltando duas rodadas para o encerramento, necessitava de apenas 1 ponto para ser campeão. Perdeu o jogo e fomos para a última rodada com a vantagem do empate para ele. O venci na final por 1 x 0, num jogo épico.
Na regra 12 toques, a partida mais emocionante que joguei, foi a estréia da nossa equipe, o Atlântico Sul Futebol de Mesa, no brasileiro na Sabesp, em São Paulo, quando consegui apoio da Prefeitura e Fundação Municipal de Esportes de Itajaí, onde fomos com uma equipe totalmente “sem experiência”, composta por uma família: marido, esposa, filha, filho e eu. Foi muito legal e fomos o centro das atenções, pelo feito.

HÁ PESSOAS NO FUTEBOL DE MESA PARA QUEM SEMPRE TEREMOS ETERNA GRATIDÃO. CITE ALGUMAS E OS MOTIVOS.
Fiz muitos amigos pelas mesas do Brasil afora, mas tem alguns nomes que influenciaram diretamente para eu continuar praticando o nosso esporte, apesar de todas dificuldades. São companheiros de viagens e competições, incentivadores, amigos e ícones nacionais. São eles: Adauto Sambaquy, Farah, Cláudio Mello, Mário Schumacher, Alexandre Castelli, Rubens Olinger, Ivo Castro, André Amorim, Almo de Paula, Ricardo Guedes, Jorge Carlsberg, Luiz Carlos (Filé), Sydnei Vieira, Mura, Paulinho Meira, Roberto Alves, Lira, Nicolazzi, Zezé, Manoel Moura, Roberto Petrini, Joaquim, Éder Sérgio, Hélio Gherardi, Hélio Dancuart, Macieira e muitos outros que minha memória deixou escapar.
É pelo prazer de continuar reencontrando vocês nas mesas, que continuo me esforçando para continuar participando das competições.

O QUE TIRA VOCÊ DO SÉRIO NUMA PARTIDA OU NUMA COMPETIÇÃO DE FUTEBOL DE MESA?
Tem alguns motivos que me tiram do sério, mas o principal deles é a combinação de resultados. Fico indignado em presenciar esse tipo de atitude, onde fazem armações para essa equipe (ou botonista) ser campeão ou eliminar algum adversário.
Outro fator que me incomoda por demais é a desonestidade nas mesas. Infelizmente tem jogadores de botão que acham que os meios justificam os fins. Digo “jogadores de botão” porque o verdadeiro Botonista é cavalheiro nas mesas e fora delas.
Lamento os organizadores não tomarem atitudes contra esses mau-caráter que se infiltraram no nosso meio.

LEMBRA QUAL FOI A PRIMEIRA VEZ QUE VOCÊ GANHOU UM TROFÉU NUMA COMPETIÇÃO?
Não me recordo, mas lembro que quando adolescente, um amigo meu esculpiu uma chuteira numa pedra de sabão, a espetou numa caixa de fósforos e pintou de tinta spray dourada. Foi o melhor troféu que ganhei.O torneio aconteceu na varanda da casa dos meus pais, com a participação dos meus vizinhos.

FALE UM POUCO DO TIME QUE VOCÊ JOGA. NOME DO TIME, PRINCIPAIS JOGADORES, O MOTIVO DA ESCOLHA DO NOME E OUTRAS COISAS RELACIONADAS A ELE.
Na regra 12 toques, jogo com o time do Marcílio Dias, escalação de 1969, onde o meu tio Paulinho Fabeni, era o ponta direita. Na regra dadinho, normalmente, jogo com o Flamengo de 81, feito pelo André Amorim.

AMIGOS, COMPANHEIROS PARA TODA HORA, TEMOS MUITOS NO FUTEBOL DE MESA, GRAÇAS A DEUS. NUMA RUA FICTÍCIA, QUEM VOCÊ GOSTARIA DE TER COMO VIZINHO?
Todos aqueles citados anteriormente. A resenha seria de primeira.

VAMOS FALAR UM POUCO DOS “CARREGADORES DE PIANO”, AQUELES QUE, ALÉM DE JOGAR, FAZEM DE TUDO NO FUTEBOL DE MESA, PAU PARA TODA OBRA, INDISPENSÁVEL EM QUALQUER SITUAÇÃO DE NOSSAS VIDAS. QUEM VOCÊ CONHECE E QUE PODERIA SER ASSIM CHAMADO?
Durante as muitas fases da minha trajetória no Futebol de Mesa, me deparei com vários parceiraços (aqueles que a gente tinha ideia e saia fazendo e sempre dava certo). Alguns deles são: José Carlos Pergentino (na juventude, fizemos grandes campeonatos). Paulo César Batera, Pres. Fed. Paranaense, que sempre me apoiou e ajudou na organização de torneios no Oeste do PR, Ricardo Guedes (que fizemos sozinhos, uma Copa do Brasil 12 toques em Itajaí) e André Amorim, que não rejeita o seu apoio e dedicação na organização do nosso esporte aqui em SC.

OCUPA OU JÁ OCUPOU CARGO DE DIREÇÃO EM ALGUM CLUBE, LIGA, FEDERAÇÃO OU CONFEDERAÇÃO? LEMBRA QUANDO?
Fundador e presidente do Atlântico Sul Futebol de Mesa, Diretor do Marcílio Dias Futebol de Mesa, Diretor Técnico da Federação Catarinense de Futebol de Mesa, Diretor do Garagem Maringá Futebol de Mesa.

PEGANDO UMA CARONA NO EXPRESSO CELESTIAL, IDA E VOLTA, LOGICAMENTE, COM QUE BOTONISTA VOCÊ TIRARIA UMA “SELFIE” NO CÉU?
Geraldo Décourt, Edu e Prof. De Franco, são os nomes que me vieram a mente de imediato.

O FUTEBOL DE MESA SEMPRE ENFRENTOU PROBLEMAS NO TOCANTE AO ITEM “SEDE PRÓPRIA”. QUAL A SEDE DE CLUBE, EXCLUSIVAMENTE VOLTADA PARA O FUTEBOL DE MESA, QUE VOCÊ JÁ VISITOU E QUE PODE SER CONSIDERADA A MELHOR?
Jamais poderia dizer qual é a melhor, pois considero cada sede que visito um templo do futebol de mesa, pois ai se reúnem abnegados do nosso esporte e responsáveis pela preservação do mesmo.
Vale registrar da minha satisfação das homenagens que venho recebendo, nas visitas que venho realizando pelo Brasil afora.

NA LUTRA CONTRA OS JOGOS ELETRÔNICOS, QUE SUGESTÕES VOCÊ DARIA PARA QUE O FUTEBOL DE MESA SE TORNE MAIS ATRATIVO, BUSCANDO NOVOS ADEPTOS?
Fazermos ações conjuntas Regionais ou Nacionais, junto às escolas públicas e privadas, promovendo torneios, com premiações atrativas aos participantes (pares de times, camisas de clubes e acessórios).
Como os times e as mesas são caros, sugiro utilizarmos as vidrilhas, utilizando uma regra sem limites de toques coletivos, utilizando grupos que jogarão com bolinhas ou dadinho (conforme a habilidade), em mesas menores, a fim de facilitar o deslocamento e diminuição de custos.
Para tal, necessitamos patrocinadores. Sei de vários botonistas que possuem empresas e poderíamos fazer um mutirão para essa finalidade.


4 comentários:

  1. Com muito orgulho, o amigo Oswaldo fez um lindo trabalho com os alunos da Escola Básica "Professora Inês Cristofolini de Freitas". Parabéns, amigo! Tu és um cara super gente boa e merece muito sucesso! Abraço.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Obrigado Fabeni pela consideração e menção !!!! Abraços !!!

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  4. Grande Oswaldo! Um botonista sempre cordial, honesto e um incentivador! Abração!

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