NOME
COMPLETO: Oswaldo Fabeni de Oliveira
APELIDO:
Oswaldox
LOCAL
E DATA DE NASCIMENTO: Laguna (SC), 18 de abril de 1961.
ONDE,
QUANDO E COMO FOI O SEU INÍCIO NO FUTEBOL DE MESA? PRIMEIROS AMIGOS, PRIMEIROS
TIMES, PRIMEIROS JOGOS, FALE DELES.
Iniciei
jogando botão aos 6 anos de idade, após ganhar de um tio os times do Flamengo e
Botafogo onde, desde então, comecei a praticar. Meu primo mais velho tinha em
casa um campo e vários times, onde jogava sozinho, narrando seus jogos igual
aos locutores de rádio da época e imitando a torcida a cada jogada. Eu vibrava
e queria jogar com ele, mas era muito ciumento e só deixava eu assistir. Meu
sonho era jogar com ele.
Um
amigo do meu pai, relojoeiro, guardava para mim as lentes de relógio para eu
fazer meus times, com as figurinhas que eu recortava do Placar, outras revistas
e dos álbuns de figurinhas.
Desde
criança iniciei promovendo torneios na minha casa vizinhança, onde reunia
muitas crianças de diversos bairros e da minha escola.
Normalmente
jogo com times do Flamengo ou do Marcílio Dias (time da minha cidade e que hoje
defendo nas competições oficiais)
Meu
primeiro grande adversário era o José Carlos Garcia, aqui de Itajaí-SC, que
hoje não consigo fazê-lo jogar e na sequência o Ivo Castro Junior (Ivinho), que
hoje é tetracampeão estadual 12 toques. Sempre o meu grande adversário na
modalidade 12 toques e o André Amorim (pentacampeão estadual, na modalidade
dadinho).
QUAL
A MAIOR SATISFAÇÃO QUE O FUTEBOL DE MESA JÁ LHE PROPORCIONOU?
Conhecer
Adauto Celso Sambaquy, quando estava voltando a jogar botão e iniciando no
“esporte” Futebol de Mesa, sua história junto ao nosso esporte, seu exemplo,
seu incentivo e suas conquistas, foi determinante na minha decisão de me
dedicar ao esporte e me tornar um dos responsáveis pelo ressurgimento do mesmo
na nossa região.
Ser
reconhecido nacionalmente pelo esforço empregado na divulgação, incentivo e
manutenção do nosso esporte.
QUAL
FOI SEU PRIMEIRO GRANDE RIVAL, AQUELE ADVERSÁRIO A SER BATIDO, CAPAZ DE
TRANSFORMAR UM SIMPLES AMISTOSO EM UMA DECISÃO DE CAMPEONATO?
Não
me recordo de haver algum botonista em específico nesse caso, mas sempre me
traz um combustível extra enfrentar aqueles que se utilizam de artifícios
anti-esportivos ou pouco recomendáveis para ganhar suas partidas. Isso me
motiva a querer vencê-los.
DE
FORMA REGULAR, ATUALMENTE VOCÊ ESTÁ JOGANDO EM QUAL REGRA? JÁ JOGOU EM OUTRAS?
12
toques e dadinho.
Hoje
me dedico mais a regra dadinho por dois motivos: 1- considero a regra bem mais
dinâmica e competitiva, além de aproximar mais da realidade do futebol,
principalmente por contemplar rebotes e a possibilidade de montagem de defesa.
Sempre fui fã de jogar com a bolinha, porém as mudanças de regra 12 toques
implementadas com o passar dos anos, somado à minha dificuldade de manter
constância nos treinamentos (por questões profissionais), vem contribuindo com
a perda da capacidade de competição nessa regra, sendo que no dadinho, consigo
ser competitivo, mesmo assim. 2- por ser deficiente físico, com dificuldade de
locomoção e a luta contra as dores, se necessário um esforço físico
extraordinário para me manter em pé durante as competições, faz com eu diminua
a precisão do toque, coisa que não influencia na mesma intensidade no dadinho.
Vale
ressaltar que me sinto honrado com o tratamento que venho recebendo, em todas
as cidades que vou para participar de competições e amistosos.
Também
gosto de jogar com vidrilha (lentinha), onde participo de alguns torneios não
oficiais e muito divertidos.
Também
acompanho, via redes sociais, vários grupos de amigos praticantes de jogo de
botão, nas mais variadas regras.
QUANTO
TEMPO DE SUA SEMANA VOCÊ DEDICA À PRÁTICA DO FUTEBOL DE MESA? TEM APOIO DA
FAMÍLIA?
Esse
ano voltei a dedicar dois dias por semana.
QUAIS
OS PRÓS E OS CONTRAS DA REGRA EM QUE VOCÊ JOGA? CASO TIVESSE A OPORTUNIDADE DE
TER VOZ ATIVA EM UMA HIPOTÉTICA “COMISSÃO DE REGRAS” O QUE SUGERIRIA PARA
MELHORÁ-LA?
Minha
sugestão para a regra 12 toques, é que se adote as regras e traves do dadinho.
Com isso teríamos jogos mais emocionantes e decididos no detalhe. A atual regra
distanciou-se muito do futebol de campo.
SE
FOSSE POSSÍVEL ENTRAR NO TÚNEL DO TEMPO, COM QUEM VOCÊ GOSTARIA DE TER
DISPUTADO UMA PARTIDA QUE NÃO FOI POSSÍVEL?
Com
o principal deles, Geraldo Décourt. Seria uma honra para mim. Já desafiei o
Oscar Schmidt e o José Trajano. Queria usar esses confrontos para divulgação do
nosso esporte na Região Sul, na época.
TENDO
ACERTADO SOZINHO OS NÚMEROS DA MEGA-SENA ACUMULADA, O QUE FARIA EM PROL DO
FUTEBOL DE MESA?
Investiria
num grupo de trabalho, composto por professores regionais e gestores, visando
um grande plano de ação, no sentido de inserir, de forma oficial, o Futebol de
Mesa nas escolas e em competições escolares municipais, estaduais e nacionais.
Forneceria gratuitamente mesas, times, troféus e tudo que fosse necessário à
proporcionar aos alunos a prática do Futebol de Mesa, conforme fiz em uma
escola de Itajaí, enquanto estive trabalhando nela, com razoável sucesso (gerando
um campeão Sul Brasileiro Sub 18).
POR
OUTRO LADO, VOCÊ NÃO FOI ESSE FELIZARDO. MESMO ASSIM, O QUE JÁ FEZ OU PODE
FAZER EM PROL DO FUTEBOL DE MESA?
Complementando
o descrito na questão anterior, cheguei a conseguir apoio da Prefeitura de
Itajaí e da Fundação Municipal de Esportes, van e demais materiais para
participação na competição que foi disputada em Curitiba (Clube D. Bosco) e em
Itajaí, na Sede do Marcílio Dias Futebol de Mesa.
Em
2006 fiz uma mesa, na nossa casa de praia, convidei meus sobrinhos e primos e
realizei o primeiro torneio que, com o passar do tempo, culminou com o primeiro
time de Futebol de Mesa (2007) da nossa região (Atlântico Sul Futebol de Mesa),
com uma sede com 18 mesas e mais de 40 frequentadores, constituídos por
jovens,velhos, meninos, meninas, senhores e senhoras, até famílias inteiras.
Em fim, foram muitas doações, como, premiações, mesas, materiais, times,
camisas e todo tipo de estrutura necessária à pratica do nosso esporte.
Hoje,
além de viajar para participar de abertos em diversas regiões, no sentido de
fomentar o futebol de mesa naquelas regiões, ainda distribuo times, patrocino
copas e etc.
QUAL
AQUELE CAMPEONATO QUE PASSOU E VOCÊ NÃO TEVE OPORTUNIDADE DE FAZER INSCRIÇÃO?
A
Copa do Brasil 12 toques, em Caruaru, que não pude ir por estar doente, onde
vários amigos daquela região me ligaram me convidando, foi uma das que mais me
marcou, além da impossibilidade da não participação no Brasileiro de Juiz de
Fora de dadinho, também.
TODOS
NÓS TEMOS GRANDES PARTIDAS REALIZADAS, ALGUMAS INESQUECÍVEIS. CITE UMA OU MAIS
DE UMA PARTIDA INESQUECÍVEL.
Para
mim, todas partidas são especiais, mas tenho comigo algumas que são
inesquecíveis:
Catarinense
de equipes de dadinho, onde estávamos jogando sem reservas e eu perdia de 3 x 0
no primeiro tempo, contra o Bagrichewsky, do Avai. Consegui uma arrancada
excepcional no segundo tempo e empatei em 3 x 3, justamente na última rodada e
nos sagramos Campeões da modalidade em 2017.
No
1º Sul Brasileiro de dadinho, em 2010, realizado em Joinville, o Nicolazzi faltando duas
rodadas para o encerramento, necessitava de apenas 1 ponto para ser campeão.
Perdeu o jogo e fomos para a última rodada com a vantagem do empate para ele. O
venci na final por 1 x 0, num jogo épico.
Na
regra 12 toques, a partida mais emocionante que joguei, foi a estréia da nossa
equipe, o Atlântico Sul Futebol de Mesa, no brasileiro na Sabesp, em São Paulo,
quando consegui apoio da Prefeitura e Fundação Municipal de Esportes de Itajaí,
onde fomos com uma equipe totalmente “sem experiência”, composta por uma
família: marido, esposa, filha, filho e eu. Foi muito legal e fomos o centro
das atenções, pelo feito.
HÁ
PESSOAS NO FUTEBOL DE MESA PARA QUEM SEMPRE TEREMOS ETERNA GRATIDÃO. CITE
ALGUMAS E OS MOTIVOS.
Fiz
muitos amigos pelas mesas do Brasil afora, mas tem alguns nomes que
influenciaram diretamente para eu continuar praticando o nosso esporte, apesar
de todas dificuldades. São companheiros de viagens e competições,
incentivadores, amigos e ícones nacionais. São eles: Adauto Sambaquy, Farah, Cláudio
Mello, Mário Schumacher, Alexandre Castelli, Rubens Olinger, Ivo Castro, André
Amorim, Almo de Paula, Ricardo Guedes, Jorge Carlsberg, Luiz Carlos (Filé),
Sydnei Vieira, Mura, Paulinho Meira, Roberto Alves, Lira, Nicolazzi, Zezé,
Manoel Moura, Roberto Petrini, Joaquim, Éder Sérgio, Hélio Gherardi, Hélio
Dancuart, Macieira e muitos outros que minha memória deixou escapar.
É
pelo prazer de continuar reencontrando vocês nas mesas, que continuo me
esforçando para continuar participando das competições.
O
QUE TIRA VOCÊ DO SÉRIO NUMA PARTIDA OU NUMA COMPETIÇÃO DE FUTEBOL DE MESA?
Tem
alguns motivos que me tiram do sério, mas o principal deles é a combinação de
resultados. Fico indignado em presenciar esse tipo de atitude, onde fazem
armações para essa equipe (ou botonista) ser campeão ou eliminar algum
adversário.
Outro
fator que me incomoda por demais é a desonestidade nas mesas. Infelizmente tem
jogadores de botão que acham que os meios justificam os fins. Digo “jogadores
de botão” porque o verdadeiro Botonista é cavalheiro nas mesas e
fora delas.
Lamento
os organizadores não tomarem atitudes contra esses mau-caráter que se
infiltraram no nosso meio.
LEMBRA
QUAL FOI A PRIMEIRA VEZ QUE VOCÊ GANHOU UM TROFÉU NUMA COMPETIÇÃO?
Não
me recordo, mas lembro que quando adolescente, um amigo meu esculpiu uma chuteira numa pedra de sabão, a espetou numa caixa de
fósforos e pintou de tinta spray dourada. Foi o melhor troféu que ganhei.O
torneio aconteceu na varanda da casa dos meus pais, com a participação dos meus
vizinhos.
FALE
UM POUCO DO TIME QUE VOCÊ JOGA. NOME DO TIME, PRINCIPAIS JOGADORES, O MOTIVO DA
ESCOLHA DO NOME E OUTRAS COISAS RELACIONADAS A ELE.
Na
regra 12 toques, jogo com o time do Marcílio Dias, escalação de 1969, onde o
meu tio Paulinho Fabeni, era o ponta
direita. Na regra dadinho, normalmente, jogo com o Flamengo de 81, feito pelo
André Amorim.
AMIGOS,
COMPANHEIROS PARA TODA HORA, TEMOS MUITOS NO FUTEBOL DE MESA, GRAÇAS A DEUS.
NUMA RUA FICTÍCIA, QUEM VOCÊ GOSTARIA DE TER COMO VIZINHO?
Todos
aqueles citados anteriormente. A resenha seria de primeira.
VAMOS
FALAR UM POUCO DOS “CARREGADORES DE PIANO”, AQUELES QUE, ALÉM DE JOGAR, FAZEM
DE TUDO NO FUTEBOL DE MESA, PAU PARA TODA OBRA, INDISPENSÁVEL EM QUALQUER
SITUAÇÃO DE NOSSAS VIDAS. QUEM VOCÊ CONHECE E QUE PODERIA SER ASSIM CHAMADO?
Durante
as muitas fases da minha trajetória no Futebol de Mesa, me deparei com vários
parceiraços (aqueles que a gente tinha ideia e saia fazendo e sempre dava
certo). Alguns deles são: José Carlos Pergentino (na juventude, fizemos grandes
campeonatos). Paulo César Batera, Pres. Fed. Paranaense, que sempre me apoiou e
ajudou na organização de torneios no Oeste do PR, Ricardo Guedes (que fizemos sozinhos,
uma Copa do Brasil 12 toques em Itajaí) e André Amorim, que não rejeita o seu
apoio e dedicação na organização do nosso esporte aqui em SC.
OCUPA
OU JÁ OCUPOU CARGO DE DIREÇÃO EM ALGUM CLUBE, LIGA, FEDERAÇÃO OU CONFEDERAÇÃO?
LEMBRA QUANDO?
Fundador
e presidente do Atlântico Sul Futebol de Mesa, Diretor do Marcílio Dias Futebol
de Mesa, Diretor Técnico da Federação Catarinense de Futebol de Mesa, Diretor
do Garagem Maringá Futebol de Mesa.
PEGANDO
UMA CARONA NO EXPRESSO CELESTIAL, IDA E VOLTA, LOGICAMENTE, COM QUE BOTONISTA
VOCÊ TIRARIA UMA “SELFIE” NO CÉU?
Geraldo
Décourt, Edu e Prof. De Franco, são os nomes que me vieram a mente de imediato.
O
FUTEBOL DE MESA SEMPRE ENFRENTOU PROBLEMAS NO TOCANTE AO ITEM “SEDE PRÓPRIA”.
QUAL A SEDE DE CLUBE, EXCLUSIVAMENTE VOLTADA PARA O FUTEBOL DE MESA, QUE VOCÊ
JÁ VISITOU E QUE PODE SER CONSIDERADA A MELHOR?
Jamais
poderia dizer qual é a melhor, pois considero cada sede que visito um templo do futebol de mesa, pois ai se
reúnem abnegados do nosso esporte e responsáveis pela preservação do mesmo.
Vale
registrar da minha satisfação das homenagens que venho recebendo, nas visitas
que venho realizando pelo Brasil afora.
NA
LUTRA CONTRA OS JOGOS ELETRÔNICOS, QUE SUGESTÕES VOCÊ DARIA PARA QUE O FUTEBOL
DE MESA SE TORNE MAIS ATRATIVO, BUSCANDO NOVOS ADEPTOS?
Fazermos
ações conjuntas Regionais ou
Nacionais, junto às escolas públicas e privadas, promovendo torneios, com
premiações atrativas aos participantes (pares de times, camisas de clubes e
acessórios).
Como
os times e as mesas são caros, sugiro utilizarmos as vidrilhas, utilizando uma
regra sem limites de toques coletivos, utilizando grupos que jogarão com
bolinhas ou dadinho (conforme a habilidade), em mesas menores, a fim de
facilitar o deslocamento e diminuição de custos.
Para
tal, necessitamos patrocinadores. Sei de vários botonistas que possuem empresas
e poderíamos fazer um mutirão para essa finalidade.