quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

A NOSSA IMPRENSA ALTERNATIVA - 1ª parte



No século XVI, para se ter notícia do que acontecia nos vários centros europeus, os impressores recorriam a informações ocasionais de viajantes e assim faziam suas "folhas de notícias", publicadas em intervalos irregulares. Em 1622, doze impressores de Londres, dos Países Baixos e da Renânia (Alemanha) fizeram entre si um acordo para manter uma correspondência regular: assim surgiram os primeiros semanários.
Na época em que ainda não havia Internet, com blogs, sites e páginas no Facebook, chegamos a contar com diversas publicações por todo o Brasil, que divulgavam o futebol de mesa e levavam informações aos botonistas brasileiros. Periódicos de todos os feitios, tamanhos e gêneros. Alguns tiveram efêmera existência, outros levaram mais tempo circulando por todo o Brasil. A tiragem dos jornais variava de periódico para periódico, de edição para edição. Nascia assim a chamada Imprensa Alternativa, designação dada por Geraldo Cardoso Décourt ao surgimento dos diversos periódicos botonísticos.

CRONOLOGIA CONHECIDA DOS NOSSOS INFORMATIVOS

Em maio de 1968, agradou bastante o primeiro número de O CASCAVEL, jornalzinho de circulação interna da Liga Baiana de Futebol de Mesa, preparado pelos diretores Ademar Carvalho e José “Pepe” Santoro. Possivelmente, tenha sido esse o pioneiro dos informativos em todo o Brasil.

Na mesma época, havia no Rio de Janeiro "O BOTÃO", o "timoneiro do botoneiro nas campanhas do ano inteiro", como gostava de intitular seu redator, Cornélius Coruja. Era o informativo da Federação de Botão do Estado da Guanabara - FEBEG e em nossas pesquisas encontramos o nº 46, de 6 de novembro de 1970.

A Associação Amigos do Futebol de Mesa, fundada em 9 de abril de 1977, com sede em Porto Alegre-RS, criou em julho de 1978, o JORNAL DO BOTÃO. Com publicação semestral, tinha em Elton Flores Coelho o seu redator e em Fernando Monteiro o seu editor. Circulou até o nº 9 (dezembro/81).

Divulgando o I Torneio Integração de Futebol de Mesa, realizado em Vitória (ES), em setembro de 1978, Antônio Carlos Martins, da Associação de Futebol de Mesa do Estado do Rio de Janeiro-AFUMERJ, lançou o BRASILEIRINHO, o primeiro confeccionado em gráfica.

O crescimento da Associação Galaxia Petlem de Futebol de Mesa, fundada em 27 de agosto de 1978, fez surgir o TÉCNICOS & BOTÕES, com o seu primeiro número despontando no mês de outubro de 1979. Sua diretoria era composta dos seguintes membros: Diretor-Responsável: Pedro Luiz da Matta Junqueira; Assessor Editorial: Antônio Carlos Bernardo; Diretor de Publicidade: João Álvaro Di Mônaco e Diretor de Divulgação: Ézio Barbosa Cintra. O TÉCNICOS & BOTÕES lançou uma novidade: propaganda de firmas paulistas em suas páginas. Junho de 1981 (número 16) foi o seu último mês de circulação.

Getúlio Reis de Faria não podia deixar de dar a sua colaboração para uma maior divulgação do esporte que ele tanto amou e criou o URUDANCAM, que divulgava os acontecimentos ocorridos na Liga Carioca de Futebol de Mesa e também de outras partes do Brasil. Como bom flamenguista que era, Getúlio deu ao seu jornal o nome de URUDANCAM, iniciais de URUbu DANdo CAMbalhota, e o seu número 1 foi lido em janeiro de 1980.

Com o lançamento do BOLETIM INFORMATIVO JOCAMAR, em maio de 1980, José Carlos Mattos de Castro procurou encurtar a distância de Manaus em relação às outras partes do Brasil onde se praticava o futebol de mesa. O B.I.J., inicialmente, só dava cobertura aos acontecimentos internos da Associação Galaxia Jocamar de Futebol de Mesa mas, a partir do número 11, começou a propagar os fatos de outras partes do Brasil.

Também no mês de maio  apareceria um outro informativo, agora no extremo oposto do Brasil: Rio Grande do Sul. Tratava-se do jornal "O BOTONISTA", de responsabilidade de Rogério Peres Carús, contando com a colaboração de José Natalício Cappeletti, Elon Estivallett de Souza, Solange Oliveira, Luciana Peres, Denize Peres e Marcelo Rodrigues. Graças ao belo trabalho de Rogério, O BOTONISTA circulou por muito tempo, contando com correspondentes até do Território de Fernando de Noronha.

Junho de 1980: chegou a vez do principal divulgador do futebol de mesa brasileiro, Geraldo Cardoso Decourt, lançar também o seu jornal. Assim, chegava às mãos dos botonistas de todo o Brasil, o BOTUNICE INFORMA, órgão do Botonistas Unidos dos Campos Elíseos - BOTUNICE, dos clubes paulistas e brasileiros.

Lançado como INFORMATIVO CBC e, a partir do seu oitavo número, como BOTONISTAR, este jornal, uma produção de Sérgio Alberto Moreyra Antunes Netto, tornou-se a primeira colaboração de Brasília para uma maior difusão do futebol de mesa brasileiro. Ligado ao Clube de Botões do CEUB, foi impresso pela primeira vez em junho de 1980, e continuou divulgando o futebol de mesa por muitos meses.

Por ter dado certo com o BOTONISTAR, Sérgio Netto lançou, seis meses depois (janeiro/81), O PRIVÉ NEW TIMES, informativo do Clube Privé, extinto mais tarde. Mas essa tentativa não deu certo e o informativo parou em seu número 3 (abril/81).

Inspirado principalmente no excelente trabalho de Sérgio Netto à frente do BOTONISTAR, José Ricardo Caldas e Almeida editou em março/81 o primeiro exemplar de seu informativo: o K ENTRE NÓS.

Também no mês de março/81, Ageu Inácio Kehrwald criou o BOLA BRANCA, jornal da Liga Lajeadense de Futebol de Mesa, mais tarde Associação Riograndense de Futebol de Mesa. Parou de circular em dezembro/83, quando estava em seu número 18.

Em abril do mesmo ano, eis que surge o PARALELO, Reflexos de Nossa Imprensa, jornal tipo "copy-desk", anexo ao BOTONISTAR, também de Sérgio Netto, mas que ficou em seu número um.

Logo após a promoção do VII Campeonato Brasileiro de Futebol de Mesa (em fevereiro de 1981), em Brusque (SC), Adauto Celso Sambaquy lançou o BOTÃO CATARINENSE.

A Federação de Futebol de Mesa do Estado do Rio de Janeiro - FeFuMERJ foi a próxima entidade a contar com o seu periódico: RIO-BOTONISTA, de autoria de Orlando Campos Junior, Nilton Falcato e Paulo Bougleaux, todos botonistas da Tijucana Futebol de Mesa. O primeiro número circulou em maio de 1981, sofreu uma paralisação em fevereiro de 1982 e retornou em novembro de 1983. Além de dar conhecimento dos fatos ocorridos na Federação e nos clubes cariocas, também dava cobertura aos acontecimentos botonísticos do restante do País.

Com o sucesso alcançado pelo Boletim Informativo Jocamar, a Associação Amazonas de Futebol de Mesa lançou em junho de 1981 o BOTOTÉCNICO, sob a responsabilidade do trio formado por Jefferson Marques de Souza, Paulo Ricardo Freire e Sérgio Augusto Freire.

De Florianópolis-SC, em julho de 1981, começou a ter vida um outro jornal, cognominado BOTÕESUL, de responsabilidade de Valter Silva, presidente da Associação Continental de Futebol de Mesa.

Gustavo Luís Lopes, redator, e Ney Junior, colaborador, foram os responsáveis pelo surgimento do BOTÕES EM FOCO, em julho de 1981, jornal da Federação Mineira de Foot-ball de Mesa, sediada no bairro do Aeroporto, em Belo Horizonte (MG). Parou em seu número 3.



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